segunda-feira, 22 de setembro de 2008

duas

1)

O que é, o que é?

Clara e salgada. Cabe em um olho e pesa uma tonelada.
Tem sabor de mar, pode ser discreta.
Inquilina da dor, morada predileta.
Na calada ela vem, refém da vingança.
Irmã do desespero, rival da esperança.
Pode ser causada por vermes e mundanase o espinho da flor cruel que você ama.

Amante do drama, vem pra minha cama por querer.
Sem me perguntar, me fez sofrer
E eu que me julguei forte, e eu que me senti,
Serei um fraco quanddo outras delas vir.
Se o barato é louco e o processo é lento, no momento deixa eu caminhar contra o vento.
O que adianta eu ser durão e o coração ser vulnerável?
O vento, não. Ele é suave mas é frio e implacável.

É quente.
Borrou a letra triste do poeta.
Só.
Correu no rosto pardo do profeta.
Verme, sai da reta. A lágrima de um homem vai cair.
Esse é o seu B.O., prá eternidade.
Diz que homem não chora, tá bom, falou.
Não vai pra grupo, irmão, aí, Jesus chorou.

(M.B. - [que naturalmente não é o Manuel Bandeira])

***

2)

Os melhores documentários do mundo devem estar escondidos em fitas de viagem jogadas no fundo do armário.

3 comentários:

vai passar. disse...

oi

Pips disse...

Se dá um documentário eu não sei, mas uma boa conversa arranjada em um fundo preto e branco ou tons de cinza, ah há dá.

=]

João disse...

que sejam lembranças, já é um bom começo.